Fui hoje a um festival chamado "Lunafest" no cinema de arte aqui em Urbana. Esse festival é anunciado como uma sequência de curta-metragens "sobre, feito por, para mulheres", e inclui desde um documentário sobre uma loja de sutiãs até uma história mais elaborada sobre uma jovem mexicana que engravida e decide não abortar e ir à luta (literalmente) na última hora.
Embora eu concorde que as mulheres ainda estejam em desvantagem no mundo, algo na premissa deste tipo de eventos e idéias me perturba. Parece haver a idéia de que se uma mulher enfrenta uma dificuldade, essa dificuldade é injusta e se deve ao fato de ela ser uma mulher, e o filme assume um tom de denúncia, quando algumas dessas dificuldades são inerentes aos seres humanos em geral. Em um dos filmes, por exemplo, uma mulher percebe que é uma heroína porque passou por dificuldades em sua vida: um divórcio e attention deficit disorder. Por que é isso uma temática feminina? O filme vem acompanhado com a idéia de que um divórcio é uma agressão contra a mulher, e de que ela se importa mais com família e casamento, uma idéia essa até bem machista.
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